Setor de cruzeiros projeta recorde de passageiros e foca em inovação sustentável

A indústria global de cruzeiros vive um momento de forte crescimento e deve alcançar 37,7 milhões de passageiros em 2025, segundo o relatório “State of the Cruise Industry 2025” da CLIA (Cruise Lines International Association). A expansão é impulsionada pelo interesse crescente entre viajantes de todas as idades, com destaque para Millennials e a Geração X. O estudo revela que 82% dos que já experimentaram um cruzeiro pretendem repetir a viagem, e 68% dos viajantes internacionais demonstram intenção de embarcar pela primeira vez.Esse movimento de alta está diretamente ligado à satisfação do público e à diversificação das experiências a bordo. Nos últimos dois anos, 31% dos passageiros fizeram sua estreia em cruzeiros. Ao mesmo tempo, as viagens com múltiplas gerações da mesma família tornaram-se cada vez mais comuns, refletindo a adaptação das companhias a novos perfis de consumidores. Entre as tendências em ascensão, os cruzeiros de expedição registraram um crescimento de 22% em 2024, consolidando-se como a categoria de maior avanço.Além de proporcionar lazer, a indústria de cruzeiros exerce um papel relevante na economia mundial. Em 2023, gerou um impacto econômico global recorde de US$ 168 bilhões, com os Estados Unidos respondendo por US$ 65 bilhões desse total. O setor sustentou 1,6 milhão de empregos no mundo e mais de 290 mil apenas nos EUA, com salários somando US$ 25 bilhões. Também se observa um efeito multiplicador nos destinos: 69% dos cruzeiristas se hospedam antes ou depois do embarque, e 60% retornam às localidades que visitaram durante os roteiros marítimos.A sustentabilidade também é foco central do setor. As companhias planejam suas escalas com mais de um ano de antecedência, o que favorece práticas de turismo controlado. Tecnologias limpas estão sendo incorporadas rapidamente: até 2028, metade da nova capacidade da frota estará equipada com motores adaptados ao uso de GNL, metanol ou biocombustíveis, e 72% dos navios poderão se conectar à energia elétrica dos portos, reduzindo as emissões locais.Com 34,6 milhões de passageiros em 2024, a América do Norte segue como maior mercado emissor. Destinos como Caribe, Bahamas e Bermudas lideram em popularidade, respondendo por 43% dos embarques, seguidos pelas rotas no Mediterrâneo e em outras regiões europeias. A perspectiva para os próximos anos é de continuidade na expansão: 11 novos navios serão entregues em 2025, e há 56 embarcações previstas até 2036, com investimentos que somam US$ 56,8 bilhões. Cerca de 70% da frota global é composta por navios de pequeno e médio porte, o que reforça a tendência de experiências mais personalizadas e exclusivas.Representando mais de 90% da capacidade global de cruzeiros oceânicos, a CLIA reúne empresas dos segmentos marítimo, fluvial e de expedições, além de parceiros em portos, destinos e agências especializadas. A entidade atua no desenvolvimento de políticas e boas práticas para garantir a operação segura, inovadora e ambientalmente responsável da indústria em todo o mundo.