Montadoras abandonam comodato e BYD ocupa espaço

Brasília e São Paulo A BYD arrombou uma porta fechada pelas concorrentes tradicionais e está distribuindo seus carros para personalidades e autoridades como forma de promoção de seus modelos elétricos. Um dos empréstimos, conhecidos no mercado como comodato, foi para o presidente Lula, que, desde janeiro, passou a usar um BYD Tan, de quase meio milhão de reais. A BYD ganhou força no mercado automotivo e lidera entre os elétricos - Focke Strangmann - 26.fev.24/AFP A montadora chinesa ofereceu o carro até janeiro do próximo ano, porque o contrato com a Ford venceu e não será renovado. As montadoras tradicionais estão encerrando essa prática. Consultados, executivos do setor afirmam que houve mudanças de compliance (governança) nas corporações. A Volkswagen, por exemplo, afirma que possui uma política de empréstimo de veículos em comodato para fins exclusivamente comerciais, institucionais (testes de carros) e disponibiliza veículos que serão desmontados para instituições públicas (corpo de bombeiros, polícia militar e SENAI), com foco em treinamentos e capacitação de profissionais. As matrizes não querem mais qualquer tipo de situação com autoridades ou personalidades públicas que abra espaço para suspeitas de troca de favores. O objetivo desses empréstimos é promover a marca ou uma tecnologia. Para o departamento de marketing das empresas, é valioso quando uma personalidade, artista ou político, exibe seus produtos gratuitamente. Foi o que ocorreu, nesta terça (22), quando a primeira-dama Janja Lula da Silva postou um vídeo levando o presidente para o trabalho, no Palácio do Planalto, no BYD Tan. O Planalto afirma que "a cessão do veículo não representa nenhum ônus para a Presidência da República e possibilita o conhecimento e funcionamento deste modelo de carro". Especialistas em ética pública consideram que autoridades, especialmente o presidente da República, não deveriam aceitar qualquer tipo de presentes dessa natureza. Para eles, embora não haja nada de ilegal, isso prejudica a presunção de conflitos de interesse. Os advogados, que só quiseram se manifestar sob condição de anonimato, avaliam que a situação da BYD coloca o presidente numa situação complicada porque, nesse momento, a fabricante chinesa busca conquistar o mercado brasileiro com seus elétricos, aproveitando a onda verde da transição energética encampada pelo governo. Os fabricantes de motores a combustão defendem a convivência entre as duas tecnologias. A própria BYD, aliás, também produz híbridos. A indústria aqui instalada almeja a conversão dos motores atuais, a gasolina e diesel, para o etanol ou biocombustíveis —que são de baixa emissão. Consultada, a BYD disse, via assessoria, que faz contratos de comodato de acordo com a lei e com a máxima transparência, atendendo todos os critérios de compliance da companhia. Ford, Fiat (Stellantis) e Chevrolet (GM) foram consultadas, mas não responderam até o momento. Com Diego Felix LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo. Tópicos relacionados Leia tudo sobre o tema e siga: sua assinatura pode valer ainda mais Você já conhece as vantagens de ser assinante da Folha? Além de ter acesso a reportagens e colunas, você conta com newsletters exclusivas (conheça aqui). Também pode baixar nosso aplicativo gratuito na Apple Store ou na Google Play para receber alertas das principais notícias do dia. A sua assinatura nos ajuda a fazer um jornalismo independente e de qualidade. Obrigado! sua assinatura vale muito Mais de 180 reportagens e análises publicadas a cada dia. Um time com mais de 200 colunistas e blogueiros. Um jornalismo profissional que fiscaliza o poder público, veicula notícias proveitosas e inspiradoras, faz contraponto à intolerância das redes sociais e traça uma linha clara entre verdade e mentira. Quanto custa ajudar a produzir

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