Stellantis dá sinais de que não terá elétrico barato no Brasil (por enquanto)

ANÁLISE: Aposta da Stellantis na chinesa Leapmotor parece ter tática diferente da que será usada pela GM e que faz sucesso na BYD 4 fev 2025 - 12h48 Compartilhar Leapmotor B10 Foto: Leapmotor / Guia do Carro Depois do sucesso da BYD e da GWM com carros elétricos e híbridos, todas as montadoras querem uma marca chinesa para chamar de sua. A Stellantis conseguiu, por meio de uma joint-venture com a Leapmotor, fundada no final de 2015. Mas, aparentemente, a Leapmotor não terá carros elétricos baratos no Brasil, como a BYD e a GWM.Competitivos, sim. Baratos, não. Pelo menos é o que deu a entender o CEO da Stellantis América do Sul, Emanuele Cappellano, em recente entrevista coletiva, da qual participamos. Os planos da Leapmotor para o Brasil serão anunciados em abril. Cappellano disse que nem todos os modelos da Leapmotor interessam ao mercado brasileiro e que, inicialmente, os carros serão importados da China. Notícias relacionadas Mas que carros serão esses? Cappellano citou dois: Leapmotor B10 e Leapmotor C10. Estamos falando de dois SUVs com porte próximo ao do Jeep Compass. A ausência sentida na fala de Cappellano foi o Leapmotor T03, um subcompacto elétrico que poderia competir diretamente com o BYD Dolphin Mini.  Linha completa de veículos da Leapmotor na China Foto: Leapmotor / Guia do Carro Na China, a Leapmotor tem cinco modelos: T03 (subcompacto), C01 (sedã), B10 (SUV compacto), C10 (SUV médio), C11 (SUV médio) e C16 (SUV grande). De cara, podemos descartar o sedã C01 e o enorme SUV C16. O Brasil não precisa desses carros – e muito menos a Stellantis.Dos outros três, o único com preço barato seria o Leap T03, que custa 49.900 yuans (cerca de 39.980 reais). Ele competiria diretamente com o BYD Dolphin Mini, que parte de R$ 118.800. Mas, além de ter um design ultrapassado, o Leap T03 ainda teria de pagar 25% de imposto de importação em 2025 e 35% em 2026. O Dolphin Mini será produzido na Bahia e deixará de pagar esse imposto.Faz sentido, portanto, que a Stellantis guarde o Leapmotor T03 para quando “localizar” a produção dos carros chineses no Brasil (uma possibilidade que existe, segundo Cappellano). Até porque, pelo acordo com a Leapmotor, a Stellantis poderá usar a plataforma elétrica chinesa em carrocerias de suas marcas tradicionais, como Fiat, Citroën, Jeep e Peugeot.Olhando para o futuro, talvez um inédito Fiat Mobi elétrico seja muito mais competitivo perante o BYD Dolphin Mini do que o Leapmotor T03. Ou mesmo um Fiat Cinquecento elétrico barato, o que seria uma aula para a Itália. Leapmotor B10 Foto: Leapmotor / Guia do Carro Quanto aos modelos citados pelo CEO da Stellantis, Leapmotor B10 e Leapmotor C10, são ótimas escolhas. O B10 é um SUV que acaba de ser lançado, tem um design moderno, traz novas tecnologias e pode ser muito competitivo perante modelos como o Volvo EX30 e Volvo XC40.“O line up dos veículos Leapmotor que virão ao Brasil já é conhecido de vocês, como o C10 e o B10”, disse Cappellano. “Mas nem todos os carros da marca são interessantes para o país, e então traremos apenas os que fizerem sentido. Sobre as tecnologias: haverá diferentes motorizações, não haverá apenas carros elétricos.”O C10 tem uma versão REEV, com extensor de autonomia, ou seja, com um motor a combustão atuando como gerador de energia. Segundo o site da Leapmotor da China, o C10 elétrico tem alcance de 424 km e o C10 REEV chega a 950 km. Os preços vão de 128.800 a 168.800 yuans (103.000 a 135.000 reais). Leapmotor C10 Foto: Leapmotor / Guia do Carro É um carro que encontraria espaço no Brasil e seria competitivo perante os BYD Yuan Pro (R$ 182.800) e Yuan Plus (R$ 235.800). Poderia ser uma opção também contra o BYD Song Pro (R$ 194.800). Já o Leapmotor C11, que também é novo, entra numa faixa mais cara e também não tem muitas chances de vir na fase inicial da operação.Se realmente abrir mão do Leapmotor T03, a Stellantis usará uma tática diferente da que faz sucesso com a BYD e que deverá ser seguida pela GM, que já mostrou o Chevrolet Spark EV durante a comemoração de seus 100 anos no Brasil. A tática pode ser diferente, mas a estratégia de todas as montadoras é a mesma: liderar o mercado de carros elétricos no Brasil.Num primeiro momento, parece que a Stellantis vai usar a Leapmotor para ganhar mercado e reduzir suas emissões de carbono sem abrir mão do lucro.Sabemos que a Stellantis tem muito dinheiro em caixa, mas há uma orientação do chairman John Elkann para investir em novos modelos na Europa e nos Estados Unidos, por isso a América do Sul será mais cautelosa. Faz sentido. Resta saber quais cartas Cappellano guardou na manga de sua camisa italiana. Compartilhar TAGS

Stellantis dá sinais de que não terá elétrico barato no Brasil (por enquanto)
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