Carros autônomos: como serão nossas ruas no futuro?
De ficção para um futuro distante, os veículos autônomos, capazes de circular por ruas e estradas sem a necessidade de ter um motorista ao volante, já estão até rodando em algumas cidades do chamado “Primeiro Mundo”, como São Francisco, nos EUA. E no Brasil, será que os teremos em breve, também? Sem querer começar por um spoiler, adianto que alguns veículos autônomos já rodam em nosso país, e já tem até um tempinho. São todos caminhões, utilizados tanto na mineração – caso da Vale, em minas que opera, em Minas Gerais e no Pará – quanto nas plantações, especialmente nas de cana-de-açúcar. Em comum, o fato de circularem em ambientes privados e controlados, e não por vias públicas, o que ainda não é permitido por aqui. E esta é uma questão-chave a resolver antes de pensarmos em ter carros sem motorista dobrando as esquinas de nossas cidades. A regulamentação para o uso e a circulação de carros autônomos tem sido, aliás, também o maior entrave para sua adoção de forma generalizada em cidades norte-americanas e (algumas) europeias. Isso porque, diferentemente da tecnologia em si, a formulação e aprovação das leis não depende apenas de pesquisas, testes e viabilidade econômica. Questões como a responsabilidade civil em caso de um acidente com prejuízos ou feridos, por exemplo. Se um táxi autônomo se envolve em uma batida, quem seria o responsável, a empresa operadora/proprietária, o fabricante/programador ou o usuário? E como seria o trâmite? Parece algo simples, mas não é. Esse e outros pontos estão sendo debatidos há vários anos em diversas esferas legislativas e governamentais dos EUA, e não estão tampouco totalmente regulamentados em outros países em que, como lá, já há veículos autônomos prontos para circularem. Em São Francisco, na Califórnia, porém, duas empresas de carros por aplicativo, Cruise e Waymo, já obtiveram licença plena e operam 24 horas por dia suas frotas de táxis, com boa aceitação e, aparentemente, sem nenhum acidente ou problema mais sério. Carros autônomos e a evolução no transporte de cargas É quase certo que, quando finalmente forem regulamentados no Brasil, os veículos autônomos comecem a ser usados no transporte de cargas pequenas ou médias, em entregas, e passageiros, funcionando como táxis, acionados por meio de aplicativos, como em São Francisco. E o mais provável é que esse tipo de finalidade seja praticamente a única para esses veículos 100% autônomos, pelo menos ao longo das próximas duas décadas. Não por acaso, empresas que operam por aplicativos, como a Uber, estão entre os grandes financiadores de projetos para o desenvolvimento e implementação desse tipo de carro. Um cenário que, no nosso caso – e de outros países em desenvolvimento – pode ter um efeito colateral preocupante, já que, em 2022, o IBGE identificou cerca de 1,5 milhão de motoristas “de carne e osso” trabalham para esses aplicativos. Se os veículos autônomos dominarem mesmo o mercado, boa parte desses empregos deixarão de existir. É muito provável, também, que boa parte dessa nova frota de carros autônomos de aplicativos seja elétrica. Isso porque, produzidos em larga escala, esses veículos podem até ficar mais baratos que os a combustão (e mais simples de integrar aos sistemas de direção) e, de quebra, ainda contribuiriam para a redução das emissões nas nossas cidades. Carros autônomos: A tecnologia que já faz parte da nossa realidade Qualquer um que frequente as redes sociais sabe que, há pelos menos uns dez anos, já existiam veículos capazes de rodar pelas ruas sem precisarem do controle de um motorista ao volante. Lembro-me de um vídeo da montadora Tesla, mais antigo até, com uma demonstração do sistema autopilot de um de seus modelos. Nele, um motorista viaja “de passageiro” no banco da frente, sem tocar no volante, enquanto o carro segue sereno por várias ruas de Los Angeles, nos EUA. Como esse, há vários outros. E, assim como os caminhões, outros tipos de veículos autônomos de transporte já circulam em armazéns e aeroportos da Europa. De um modo geral, todos esses veículos têm um princípio semelhante, que resumindo, utiliza um conjunto de câmeras e sensores que, combinado com um sistema de GPS, alimenta de informações uma central de processamento, que por sua vez controla o carro e o conduz de acordo com a programação (destino e itinerário) recebida. Para que isso funcione direitinho, porém, é preciso que uma infraestrutura mínima esteja disponível nas ruas e estradas em que esses veículos vão circular. Todos os semáforos, placas, faixas e outros sinais têm de ser padronizados e instalados de acordo com normas e parâmetros únicos. E, claro, é preciso que o controle de tráfego e o gerenciamento do trânsito como um todo funcionem de maneira integrada, tanto para otimizar o fluxo dos veículos – com semáforos inteligentes, por exemplo – quanto para garantir a segurança de motoristas, passageiros, pedestres etc. Além disso, é também fundamental que haja cone
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